Desrotulando a música "secular"

Por Fábio Müller

Uma das perguntas que eu frequentemente recebo quando estou estudando com os jovens na escola bíblica é: O cristão pode ouvir música secular? Em algumas ocasiões muda-se o termo música secular para música do mundo ou mundana.

O significado que se dá para a música secular no meio eclesiástico não é um significado literal, ou seja, uma música secular não é uma música com mais de um século, e sim uma música produzida fora daquilo que hoje nós chamamos de gospel.

Acredito que o termo tenha surgido aludindo a uma citação de Paulo em II Co 4:4 quando ele usa a expressão o deus deste século para se referir a Satanás, não como quem governa o mundo, mas indicando que Satanás é a maior influência sobre os ideais, opiniões, metas, desejos e pontos de vista daqueles que continuam descrentes de Deus (incrédulos).

Partindo deste princípio nós teríamos que pensar sobre duas questões:
1 - Toda música gospel ou evangélica recebeu da parte de Deus uma iluminação para ser composta?
2 - Toda música "secular" ou "do mundo" recebeu da parte de Satanás uma influência para ser composta?

Se a resposta fosse sim para ambas as perguntas, nós teríamos assim solucionado a questão. O grande problema é que para mim a resposta para ambas as questões é, não. Nos últimos tempos nós temos visto tanto no meio eclesiástico quanto no meio secular uma pobreza musical muito grande tanto na questão literária quanto na questão propriamente dita da construção da música. Músicas com pouco conteúdo nas suas letras como nas suas linhas melódicas e naquilo que tange à harmônia.

Com relação à pergunta se podemos ou não como cristãos ouvir aquilo que é "secular", a Bíblia nos aponta algumas direções. Existem algumas questões pessoais que, a medida que progredimos na fé e buscamos o direcionamento de Deus em sua palavra, o próprio Deus na pessoa do Espirito Santo vai nos conduzindo naquilo que Ele deseja para as nossas vidas. O que não podemos fazer (o que no princípio da minha caminhada cristã fiz muito) é construirmos doutrinas baseadas em nossas experiências pessoais. Não é porque a música tenha um selo "gospel"que tal selo seja o crivo da aprovação de Deus. A bíblia é a nossa ÚNICA regra de fé e prática, sendo assim, o que determina ser algo vindo de Deus ou não, é a sua própria palavra.

Precisamos desrotular algumas questões, há ainda no meio cristão muitos paradigmas a serem quebrados. Eu particularmente não tenho por hábito ouvir músicas que não trazem edificação para mim, até mesmo as ditas "gospel". Creio ainda que não existe dó maior santo e tão pouco dó menor profano, para mim existem dois tipos de música: a boa e a ruim.

O que eu tomo como base para minha vida e para o meu ministério, é o que a bíblia em Efésios 5:19-20 diz:

"Falando entre vós com Salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor e cotidianamente dando graças por tudo a Deus, o Pai, em o nome de nosso Senhor Jesus Cristo."

O que nos distancia de Deus é a insubmissão a sua vontade, ou seja, a prática do pecado, se o estamos adorando com as nossas práticas, inclusive com aquilo que ouvimos e cantamos, certamente o Deus que habita em meio aos louvores do seu povo receberá a nossa adoração.

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