A Igreja e sua relevância

Por Thalles Ricardo

Lembro-me em um domingo que tive a oportunidade de compartilhar com a igreja que pastoreava sobre este tema imprescindível para a igreja atual. Chamei uma jovem à frente, pedi que subisse sobre uma cadeira e que todos olhassem para ela. Naquele momento ela era relevante. Ser relevante (seguindo o velho costume dos pregadores de verificar a definição da palavra) significa: o necessário, o indispensável, que sobressai, que releva, importante. E naquela noite a reflexão foi de ser relevante no bairro onde a igreja está situada. A pergunta que ficou no ar foi a seguinte: “Se a igreja fechasse hoje, as pessoas do bairro sentiriam falta?”

Acredito que em grande parte do sudeste brasileiro há um número surpreendente de igrejas. Cada dia surge novas denominações com “visões” diferentes, igrejas para todos os tipos, gostos e até, por incrível que pareça, opção sexual. Mas, que diferença faz? Tantos ministérios, igrejas, programações, reuniões. Qual o sentido de tudo isso? De que forma essa igreja se torna necessária, se sobressai, é indispensável, enfim, é relevante?

Na minha compreensão a igreja pode ser percebida de três formas. Primeira: a igreja é cada pessoa que conheceu a Cristo. A igreja sou eu e você individualmente. Segunda: a igreja é uma comunidade de fé que se reúne - eklesia (“Onde estiver dois ou três eu estarei no meio deles”). Terceira: a igreja uma instituição com estatuto, dogmas, doutrinas, modo de governo, etc.

Pensando assim, eu e você, individualmente, precisamos ser necessários para nossa família, amigos, trabalho, comunidade de fé. Se morresse hoje, faria diferença para alguém? Ou melhor, quem sentiria falta de mim?

A igreja, comunidade de fé, precisa estar ativa no lugar onde atua sendo indispensável para a comunidade. A igreja deve ser um lugar onde as pessoas possam procurar ajuda e, além disso, ser ajudadas. Problema no casamento, vício, falta de dinheiro, enfermidade são algumas situações onde a igreja precisa ter estrutura e preparo para o atendimento. A igreja deve ser um lugar de aconchego e restauração.

Acredito que como instituição, a igreja deve ter a força para atuar em meio aos órgãos da cidade, estado e até país. Deve adotar missionários no Brasil e até mesmo na África (foco da maioria dos missionários... porque não em Minas, Rio, Maranhão ou Acre? rsrs), projetos sociais solicitando e apontando caminhos para política, etc.

Ariovaldo Jr traduz o texto de Mateus 5:14-16 da seguinte maneira: “Vocês trazem capacidade de enxergar a verdade nesse mundo. Não dá pra esconder um gordo atrás da cortina. Seja referência! A luz de dentro da geladeira é legal, mas não tem muita serventia quando a porta tá fechada. Brilhem do lado de fora, pra ninguém trupicar no pé da cama”. Interessante não é? Óbvio, mas interessante!

Concluindo, a relevância da igreja se dá a partir do momento que a igreja se preocupa em cumprir o sentido da cruz: amor a Deus e amor ao outro (próximo). Quanto mais amarmos a Deus mais buscaremos uma vida de devoção, santa, consagrada, feliz, abundante. E quanto mais amarmos o outro (próximo) seremos capazes de estarmos juntos daqueles que tratamos simplesmente de forma indiferente. Acredito que relevância da igreja começa com pequenas atitudes que tem um valor imenso para aqueles que as recebem.

Dica de leitura:

A Missão Cristã no Mundo – John Stott
A missão da igreja – Valdir R. Steurnagel
Missão Integral – René Padilha

Dica de áudio:
(Clique nos links abaixo)

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