Estamos realmente evangelizando?

Por Thiago Soares da Rocha

Evangelização é a comunicação do evangelho de Jesus, o Cristo. Podemos comunicar o evangelho aos ouvidos e aos olhos. O evangelho comunicado aos ouvidos é a anunciação do perdão que Deus oferece ao pecador imerecedor, ele é claro e poderoso. Este evangelho sempre foi uma ótima estratégia que gerou grandes resultados. Já o Evangelho comunicado aos olhos é uma necessidade principalmente da pós-modernidade, onde o conhecimento deve ser aplicado a vida prática. Em outras palavras, “aquilo que não serve para viver, não serve para crer”. O Evangelho comunicado aos olhos é transformação de caráter que o Espírito Santo opera naqueles que são salvos, cativando assim novas vidas. O Evangelho comunicado aos olhos é a força do Evangelho comunicado aos ouvidos. Billy Graham, expoente evangelista dizia: "Pregue o Evangelho e se for preciso fale!"

A evangelização sempre foi o foco principal da igreja. Mas será que a motivação que a igreja pratica a evangelização é realmente a correta? Porque dependendo da motivação que se evangeliza toda evangelização pode ser comprometida. Não basta evangelizar, é preciso fazer da forma correta. Estamos realmente evangelizando ou queremos apenas que as pessoas aceitem que estamos com a razão? Precisamos fazer esta pergunta por que às vezes a evangelização se torna um debate filosófico-religioso entre duas pessoas que competem para saber quem é mais “poderoso”. Isso não é evangelização; Isso é soberba que gera guerra, contrario a natureza do evangelho que é a humildade que gera a paz. 

A evangelização pode ser também confundida com a substituição de costumes:

Primeiro substitui-se o destino de uma pessoa no domingo a noite - Ao invés de se dirigir para um lugar, agora ela vai para a igreja.
Segundo substitui as roupas desta pessoa - Antes se vestia de uma forma, agora só pode usar roupas que cubram todo seu corpo. É proibido qualquer cuidado com o visual que lembre sua vida antes da conversão.
Terceiro substitui seu vocabulário - Novas palavras ganham lugar na sua “mantra sagrada”: Varão, irmão, aleluia, glória a Deus, paz do Senhor, vigia e por aí vai. O pior é que estas coisas são ditas sem a menor reflexão.
E em quarto e último substitui seu sacerdote - Se antes sua salvação e suas bênçãos dependia do padre, do pai de santo, agora depende do pastor. A salvação só pode ser recebida ser for a frente após o apelo do pastor. A cura só virá se o pastor colocar as mãos sobre a cabeça e orar. Se o pastor estiver por perto tudo vai acontecer. Estamos realmente evangelizando ou queremos que as pessoas apenas venham para nossa igreja?

O verdadeiro Evangelho é libertador e a motivação da evangelização deve ser libertar as pessoas. A religião que prende as pessoas não é uma religião verdadeira. A religião cheia de pessoas orgulhosas e hipócritas não é a religião verdadeira. Evangelho não é religião. Evangelho é o caminho que põe a pessoa num relacionamento correto com Deus. Que gera frutos como amor, alegria, paz, paciência, confiabilidade, bondade, mansidão e domínio de si. Que o torna diferente do mundo, mas não por fora, por dentro. Uma mudança de pensamento, de caráter, de escolhas. Se nossos evangelizados não têm produzido tais frutos é porque não estamos evangelizando realmente. Se nossos evangelizados tem apenas dado continuidade ao nosso sistema religioso é porque não estamos evangelizando realmente. E se não estamos evangelizando precisamos começar logo...

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