Mudança

Toda mudança drástica traz consigo um período de adaptação.

Manhã de domingo, 3 de setembro de 1967. Ruas, avenidas, vielas, pontes e qualquer trecho trafegável do trânsito das cidades da Suécia estava literalmente sem um único veículo na pista. Nas vias, operários a todo vapor revelavam placas por detrás de plásticos, pintavam faixas, davam os últimos retoques em cruzamentos e alças de acesso novinhas em folha e se preparavam para uma data história e, ao mesmo tempo, inusitada. Na manhã seguinte, milhares de motoristas entortavam os neurônios imersos no seu primeiro contato com uma nova forma de percorrer o caminho para casa ou para o trabalho.

Estavam escritos assim os primeiros capítulos do que é conhecido até hoje como o “Dagen H” ou “Dia H”, ou ainda o “dia da mudança de tráfego para a direita”, que, apesar da confusão preliminar ajudaria os suecos a marcarem o nome do país como uma das referencias em trânsito seguro no mundo.

Outras duas mudanças em especial foram, sem dúvida, os maiores encargos financeiros da Suécia durante os procedimentos do Dagen H. A primeira era com relação aos faróis dos automóveis, que precisaram ser trocados por novos, calibrados para o tráfego na direita e que evitavam o ofuscamento dos condutores no novo sentido.

A outra, sendo a mais cara de todo o esquema de alteração, foi com relação ao transporte coletivo, onde cerca de 9000 ônibus foram adquiridos ou adaptados com a porta para o lado direito. Além disso, na maioria das cidades suecas o serviço de bondes foi desativado, permanecendo em funcionamento apenas nas cidades de Gotemburgo e Norrkopping até os dias de hoje.

Da mudança confusa a excelência alcançada

Ao longo dos anos, a Suécia foi se tornando também, graças a iniciativas no campo da segurança veicular, um dos países mais seguros para se dirigir no mundo. Em 1997, 30 anos após o Dagen H, os suecos entraram definitivamente na vanguarda da luta contra as mortes no trânsito com a criação do programa “Visão Zero”, que busca zerar por completo as estatísticas. Investimentos em veículos mais seguros (tendo como exemplo maior os automóveis da Volvo) somaram-se ao planejamento de vias exclusivas para pedestres, estradas com ênfase na segurança e prioridade a novos meios de locomoção alternativos. Os resultados tem sido extremamente positivos e servidos como molde até então.

Fonte:Farol Blumenau
           Wikipédia

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